Maricá cria moeda social ‘Mumbuca’ para estimular a economia

Com as medidas, baseadas no conceito de economia solidária, a Prefeitura estima que, em dois anos, cerca de sete milhões de mumbucas circulem na cidade

Numa audiência pública realizada na tarde da última quinta-feira, a Prefeitura de Maricá anunciou a criação da “Moeda Social Mumbuca”. Um projeto de lei prevê a instituição da moeda local como opção ao Real em todo o município, a organização de um banco comunitário, a disponibilização de linhas de crédito para estímulo ao microempreendedorismo e a concessão de benefícios mensais da Prefeitura a famílias que estejam em situação de risco social.


Com as medidas, baseadas no conceito de economia solidária, a Prefeitura estima que, em dois anos, cerca de sete milhões de mumbucas circulem na cidade, o que significa uma injeção de R$ 7 milhões na economia.

Durante a audiência pública, realizada no Ginásio do Colégio Cenecista, no Centro de Maricá, o secretário municipal de Direitos Humanos, Miguel Moraes, que coordenou o grupo de criação do projeto, explicou os detalhes da moeda social. Esclareceu, por exemplo, que a “mumbuca” não será obrigatória, mas uma opção para incrementar o comércio da cidade. E ressaltou que a sociedade civil, através de um conselho, terá participação ativa no projeto.

“É importante destacarmos a transparência de todo o processo. Haverá um conselho paritário, com representantes da sociedade civil, para fiscalizar a destinação dos recursos para o projeto”, antecipou Miguel Moraes.

Pescadores, agricultores, comerciantes e todos os micro e pequenos empresários da cidade terão acesso a linhas de crédito de até R$ 15 mil para investirem em suas atividades, aquecendo ainda mais a economia.

“Esse dinheiro poderá fortalecer, por exemplo, o trabalho das tapeceiras do Espraiado (localidade rural de Maricá conhecida pela arte da tapeçaria)”, ressalta.

Entre os detalhes do modelo proposto está a criação de um Fundo Municipal para subsidiar o projeto. O fundo receberá recursos do Orçamento Municipal e de bancos e empresas públicas ou privadas. Com o dinheiro do fundo, que será gerido por um conselho com a participação da sociedade, um banco independente (que não será administrado pela Prefeitura) fará a moeda circular.

Renda – No projeto da Moeda Social de Maricá também há um instrumento previsto para complementar a renda de famílias que estão abaixo da linha da pobreza. Por mês, essas famílias receberão um benefício de 100 mumbucas (o que equivale a R$ 100).
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O FLUMINENSE