Dezenas de motoristas participam de manifestação de apoio aos Bombeiros em Campos

Outras mobilizações estão programadas para esta quinta-feira em São Fidelis e Aperibé

Cláudia Alcantara / R7
Cláudia Alcantara / R7
Veja a galeria completaManifestantes percorreram as principais ruas da cidade
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Os bombeiros de folga em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, fizeram uma carreata pelas ruas da cidade na tarde desta quarta-feira (8). O movimento foi liderado por um grupo de motociclistas, seguido de um trio elétrico e de dezenas de carros. Os manifestantes fizeram um buzinaço pelas principais ruas da cidade, congestionando o trânsito.
Nesta quinta-feira (9) estão previstas novas manifestações no interior. Ás 9h haverá um protesto em São Fidélis, também no norte do Estado. A concentração será ao lado do quartel da corporação. Em Aperibé, no noroeste fluminense, a mobilização começa às 11h, quando está prevista a inauguração da nova sede da prefeitura, com a presença do governador Sérgio Cabral.

Na terça-feira (7) houve manifestação em Macaé, também no norte fluminense, Santo Antônio de Pádua e Itaperuna, ambos no noroeste do Estado.
Entenda o caso
Por volta das 20h da última sexta-feira (3), cerca de 2.000 bombeiros - muitos acompanhados de mulheres e crianças - ocuparam o Quartel Central da corporação, no centro do Rio de Janeiro. O protesto, que havia começado no início da tarde em frente à Alerj (Assembleia Legislativa), durou toda a madrugada.
A principal reivindicação da categoria é aumento salarial de R$ 950 para R$ 2.000 e vale-transporte. A causa já motivou dezenas de paralisações e manifestações desde o início de abril. Seis líderes dos movimentos chegaram a ser presos administrativamente em maio, mas foram liberados.
Diante do clima de tensão no Quartel Central, repetidos apelos feitos pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, para que os manifestantes retornassem às suas casas foram ignorados e bombeiros chegaram a impedir que colegas trabalhassem diante dos chamados de emergência. A PM, então, com auxílio do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), invadiu o complexo às 6h de sábado (4). Houve disparos de arma de fogo, acionamento de bombas de efeito moral e confrontos rapidamente controlados. Algumas mulheres e crianças ficaram levemente feridas e foram atendidas em postos no local.
Os bombeiros foram levados presos para o Batalhão de Choque, que fica nas proximidades. De lá, 439 foram transferidos de ônibus para a Corregedoria da PM, em São Gonçalo, região metropolitana do Estado, onde passaram a madrugada de domingo (5). Durante a manhã, eles foram novamente transferidos, só que para oquartel do bairro Charitas, em Niterói, também na região metropolitana.
Visivelmente irritado com o "total descontrole", o governador Sérgio Cabral anunciou no sábado, após reunião de cerca de cinco horas com a cúpula do governo, a exoneração do então comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado. O cargo passou a ser ocupado pelo coronel Sérgio Simões, que era subsecretário de Defesa Civil da capital fluminense.
Cabral disse que não negocia com "vândalos" e "irresponsáveis", alegou que os protestos têm motivação política e se defendeu dizendo que o governo tem planos de recuperação salarial para todos os militares desde 2007. Segundo ele, com todas as bonificações e reajustes previstos, até o fim do ano, os bombeiros terão um salário muito próximo ao que é reivindicado.
Os bombeiros presos foram autuados em quatro artigos do Código Penal Militar: motim, dano em viatura, dano às instalações e por impedir e dificultar a saída para socorro e salvamento. A pena para estes crimes varia de dois a dez anos de prisão. Na terça-feira (7), o Tribunal de Justiça recebeu os autos da prisão em flagrante com identificação e depoimentos de cada um dos 439 soldados. A juíza Ana Paula Pena Barros, da Justiça Militar, encaminhou os documentos para o Ministério Público analisar. Depois de analisados, os autos voltarão para Justiça Militar, que decidirá se mantém os bombeiros presos ou se eles responderão em liberdade.
Ainda na terça-feira, a Defensoria Pública do Rio entrou com pedido de liberdade provisória. O defensor público geral Nilson Bruno Filho justificou que não há necessidade de manter os soldados detidos, pois eles têm residência fixa, são servidores públicos e não têm antecedentes criminais.
Apesar das baixas, o comando-geral do Corpo de Bombeiros informou que a rotina de atendimento à populaçãoestá mantida e que os substitutos dos bombeiros presos assumiram seus postos.

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