Grupo Petrópolis pretende elevar vendas de cerveja em 13% neste ano e ganhar participação de mercado
A venda da Schincariol para uma grande cervejaria multinacional deve deixar o dia a dia do grupo Petrópolis, dono da marca Itaipava, mais difícil. Mesmo se a aquisição for concretizada pelos holandeses da Heineken, considerada o candidato mais forte no páreo, a Petrópolis continuará em terceiro lugar em participação de mercado, mas agora terá dois gigantes globais à sua frente.
Para quem se acostumou a competir em um mercado em que apenas um grupo, a AB InBev, dona da AmBev, controla dois terços das vendas, a disputa com um concorrente de peso não será uma novidade, seja ele a Heineken, a SAB Miller ou a Carlsberg.
“A gente obviamente está analisando, aguardando para ver quais movimentos vão acontecer, mas não é nada que nos preocupe. Temos um foco muito bem desenhado, com muito espaço para crescer no mercado ainda”, afirma ao iG o diretor de marketing e de relações com o mercado, Douglas Costa. “Já é muito difícil competir em um mercado tão concentrado”, diz o executivo.
O grupo Petrópolis, com sede na cidade de mesmo nome, no Rio, detém 10,5% do mercado de cervejas, enquanto a Anheuser-Busch InBev (AB InBev), dona das marcas Skol, Antártica e Brahma, lidera de longe, com cerca de 70% das vendas. A Schincariol possui cerca de 11% das vendas e a Heineken (Femsa), cerca de 7%.
Costa afirma que o segredo para conseguir crescer à sombra de um competidor tão grande como a AmBev foi apostar nas classes de renda mais baixas, sem constrangimentos. Com o foco bastante definido no público popular, a cervejaria conseguiu mais de 10% do mercado em apenas dez anos, por meio da marca Itaipava. “O sucesso está em admitir o alvo na classe C”.
Da cachaça para a cerveja
O grupo Petrópolis projeta para 2011 um crescimento de 13,5% no faturamento, incluindo os negócios na área de grãos. As vendas de cerveja devem crescer 12,8%, ou bem acima das projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), da ordem de 4% neste ano.
Enquanto a sua concorrente passa por um processo de venda, o que costuma distrair e absorver tempo de seus gestores, a Itaipava também prevê ganhar participação de mercado. Costa estima que o consumo de cervejas deve crescer 11% este ano no País.
“Observamos uma migração, que começou há algum tempo, do consumidor de cachaça, um produto mais barato, para o mercado de cerveja”.
A aposta no público que troca a cachaça pela cerveja deu certo principalmente nas maiores capitais brasileiras. Em São Paulo, a Itaipava conquistou o primeiro lugar em vendas de latas . No mesmo nicho, a marca alcançou o segundo lugar no Rio.
Fundado em 1994, na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, o grupo está presente em 13 estados. A emnpresa possui 4 fábricas e centros de distribuição instalados em pontos-chave: Petrópolis, Teresópolis, Boituva e Rondonópolis.
Heineken, Kaiser e Sol
Se a Schincariol for de fato vendida para a Heineken, a Petrópolis ficará bem mais longe do segundo lugar no ranking. Com as fábricas, a rede de distribuição e os consumidores da Schincariol, a Heineken passa a deter uma participação de mercado de 18% no Brasil.
Costa avalia que o crescimento da Heineken no Brasil dependerá principalmente de ações da companhia em relação às marcas Kaiser e Sol, que adquiriu no ano passado ao anunciar a fusão com a mexicana Femsa. “Mesmo com essa nova aquisição, se não houver um movimento forte com as marcas já existentes, o panorama do mercado não vai mudar. Por mais que cresça, a Heineken não tem volume nem mercado para crescer muito”, acrescenta.
Voltado para as classes A e B, o segmento premium (de luxo) de cerveja, a marca Heineken detém apenas 0,3% do mercado brasileiro . “Ficamos aguardando o que vão fazer com a Kaiser e a Sol, que são duas marcas com desempenho bastante regular de mercado. Não podemos dizer que são duas marcas fortes”, analisa Costa.
Mesmo a marca Schincariol, avalia Costa, enfrenta restrições. “O crescimento dela (Schincariol) está limitado. Sua participação de mercado está na casa de 11% há um bom tempo. Mesmo com a Devassa eles não conseguiram avançar”, afirma.
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IG
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