Um mês após tragédia das chuvas, bombeiros ainda buscam corpos em Nova Friburgo

Escolas que servem de abrigos já começam a ser desocupadas para início do ano letivo

Faltando um dia para completar um mês da tragédia provocada pela forte chuva que atingiu a região serrana do Estado do Rio de Janeiro, bombeiros ainda buscam vítimas em Nova Friburgo. Nesta quarta-feira (9), mais um corpo foi retirado do bairro Alto do Floresta, uma das áreas mais atingidas da cidade. Agora, o município registra 423 mortes. De acordo com o Ministério Público Estadual, 248 pessoas ainda estão desaparecidas. O número de desalojados soma 4.528 e dedesabrigados, 3.796. 

Segundo o secretário municipal de Assistência Social de Nova Friburgo, Carlos Antônio Maduro, 2.081 famílias já foram cadastradas para receberem o aluguel social, que deve começar a ser liberado a partir da próxima semana. Ainda falta registrar 719 famílias. 

- Quem já tem o cartão do Bolsa Família vai começar a receber o dinheiro no dia 17 de fevereiro. Quem ainda não tem, deve receber a partir do dia 21. Das 2.081 famílias cadastradas, 236 possuem o cartão. 

Por causa do início das aulas, que está previsto para os dias 21 e 28 de fevereiro, e 3 de março, a prefeitura já começou a desocupar as escolas que estavam servindo de abrigo. De acordo com Maduro, três unidades já foram liberadas. As 30 famílias que ocupavam os locais foram remanejadas para o prédio da Unidade de Serviço de Saúde, na avenida Júlio Antônio Thurler, sem número, no bairro de Olaria. O atendimento à saúde foi transferido para o posto do bairro e o terceiro andar, onde era realizado o atendimento de assistência social do município, foi desocupado. O serviço está funcionando na prefeitura da cidade. 

- A vigilância sanitária esteve no local e entendeu que havia condições de abrigar 30 famílias. Fizemos a transferência do atendimento de saúde para um posto de Olaria e de assistência social para a prefeitura, no Centro. Há espaço individualizado para cada família, com banheiros separados. Ainda falta fazer algumas adequações na cozinha, mas a prefeitura já está vendo isso. 

A construção dos galpões anunciados pelo prefeito Demerval Barbosa na sexta-feira, ainda não tem data para começar. Porém, segundo Maduro, a planta já está pronta, a cotação de preços foi feita e o local já está definido. As unidades serão construídas no Ginásio Esportivo de Olaria. 

- Acredito que ainda esta semana haverá um posicionamento em relação a estes galpões, porque tem que definir como serão feitas as divisórias e o cumprimento das normas de segurança, como instalação de extintores de incêndio, por exemplo. Sentamos com o pessoal da Secretaria de Obras e já fizemos a planta. Vamos seguir as orientações do prefeito de Blumenau, que usou este modelo de construção na enchente de 2008.

Tragédia das chuvas 
Um forte temporal atingiu a região serrana do Estado do Rio de Janeiro entre a noite de 11 de janeiro e a manhã do dia seguinte. Choveu em um 24 horas o esperado para o mês inteiro e o resultado foi a maior tragédia climática registrada no país, segundo especialistas de várias áreas.
Deslizamentos de terra e enchentes mataram mais de 800 pessoas e deixaram mais de 400 desaparecidas. Cerca de 30 mil sobreviventes ficaram desalojados ou desabrigados. Escolas, ginásios esportivos e igrejas viraram abrigos. Hospitais ficaram cheios de feridos na primeira semana; estando a maioria já recuperada. Cerca de 15 dias depois da catástrofe, doenças como leptospirose (provocada pelo contato com a urina de rato) começaram a assolar a população. Autoridades então passaram a monitorar casos confirmados e pacientes suspeitos, além de educar o povo em relação à prevenção.
 
As cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Areal foram as mais afetadas e decretaram estado de calamidade pública. Serviços como água, luz e telefone foram interrompidos, estradas foram interditadas, pontes caíram e bairros ficaram isolados durante alguns dias.

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R7
Foto: André Muzell / R7

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