Bacia de Campos deve dar à Petrobras mais de 1 bilhão de barris

Bacia de Campos deve garantir mais de 1 bilhão de barris do pré-sal à Petrobrás                                 
 Projeções de mercado a respeito das recentes descobertas no pré-sal da Bacia de Campos, abaixo de reservatórios que já produzem petróleo, apontam para mais de 1 bilhão de barris. Embora menores do que as reservas de Santos, elas apresentam potencial de garantir receita de curto prazo à companhia, segundo especialistas.



Descobertas na região ficam abaixo de reservatórios que já produzem petróleo há décadas e têm a vantagem de proporcionar receita a curto prazo

Ao mesmo tempo em que concentra esforços nas reservas gigantes do entorno de Tupi, na Bacia de Santos, a Petrobrás vem anunciando várias descobertas no pré-sal da Bacia de Campos, abaixo de reservatórios que já produzem petróleo há décadas. 


As projeções do mercado apontam para recursos já estimados em mais de 1 bilhão de barris. Embora menores do que as reservas de Santos, têm grande potencial de garantir lucro à companhia, dizem especialistas.

As descobertas são fruto de um projeto interno chamado Varredura, que tem como objetivo encontrar reservatórios de petróleo próximos a áreas em produção. Segundo relatório elaborado pelo analista Emerson Leite, do Credit Suisse, apenas este ano foram anunciadas quatro jazidas, abaixo dos campos de Marlim, Pampo, Barracuda e Caratinga e Albacora Leste. 

Os cálculos de Leite apontam 765 milhões de barris apenas nas três primeiras descobertas, além de uma jazida "potencialmente gigante" na última. "Perfurações adicionais são esperadas para os próximos trimestres e, na nossa visão, o potencial é bem grande", escreve o analista. 

Oficialmente, porém, a Petrobrás confirma apenas 500 milhões de barris em descobertas batizadas de Carimbé, Tracajá e Nautilus. Em e-mail ao Estado, a companhia acrescentou que há outras quatro descobertas do pré-sal no projeto Varredura.

Para Leite, o sucesso do projeto pode representar uma mudança para a Petrobrás. "Não apenas porque os volumes podem ser significativos, mas porque as novas descobertas podem ser conectadas rapidamente à infraestrutura da área." A Bacia de Campos tem mais de 40 plataformas, além de uma rede extensa de gasodutos submarinos.

Curto prazo. "As descobertas são muito importantes porque garantem receita a curto prazo", comentou o gerente executivo da Petrobrás para o pré-sal, José Formigli, em evento realizado na semana passada para comemorar o início da produção definitiva de Tupi. Além da agilidade no início da produção, os novos reservatórios podem garantir mais rentabilidade, uma vez que não precisam de grandes investimentos em plataformas.

Na mesma cerimônia, o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, disse que o projeto Varredura já garantiu uma produção de 50 mil barris por dia - também com reservas descobertas no pós-sal. Até agora, acrescentou o executivo, 30 poços foram perfurados nesse sentido. 

Segundo a Petrobrás, o projeto contempla a revisão dos modelos geológicos da região, à luz de novos conceitos e técnicas exploratórias. A Bacia de Campos produz petróleo desde meados da década de 1970 e é hoje responsável por 85% da produção nacional. Quase todo o óleo vem de reservatórios acima da camada de sal - apenas o projeto Parque das Baleias, já no litoral capixaba, produz óleo do pré-sal. 

A busca por novas reservas perto de plataformas em operação também garante a manutenção da produção a médio prazo, uma vez que grandes campos, como Marlim, já passaram pelo pico e estão com vazão reduzida.

As primeiras notícias sobre o pré-sal davam conta da descoberta de "uma Bacia de Campos embaixo da Bacia de Campos", expressão que perdeu força com o sucesso na Bacia de Santos. Segundo técnicos da Petrobrás, embora a camada de sal se estenda do Espírito Santo a Santa Catarina, é improvável encontrar reservas tão grandes como as do entorno de Tupi em outras regiões.

O projeto Varredura, hoje nas Bacias de Campos e do Espírito Santo, deve ser estendido ao Nordeste, também para ampliar produção e receita no curto prazo. Isso porque apenas a construção de uma plataforma pode levar até três anos. A descoberta de Tupi, em Campos, por exemplo, foi anunciada em 2006, mas deve atingir a marca de 100 mil barris por dia apenas em 2012.

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Fonte: Ag. Brasil

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