Costa Verde
- Muitos militares colegas nossos que estão detidos no Rio são responsáveis pelos serviços diretamente ligado ao Plano de Emergência das usinas. Nós sabemos trabalhar com isso também, mas se algo acontecer sem as pessoas que realmente entendem do assunto pode ser muito perigoso. Por isso, achamos melhor que as usinas parem seu funcionamento até que todos sejam liberados - disse um dos manifestantes, que não quis se identificar.
No protesto de ontem em Angra dos Reis, os bombeiros circularam com viaturas e seus próprios carros, fazendo um "buzinaço" pelas ruas do centro da cidade. Com faixas, os militares cobravam "liberdade e dignidade" à classe.
- Assim como no Rio de Janeiro, nossa intenção é fazer um protesto ordeiro. Precisamos reivindicar nossos salários. Como pode um aumento de 55% ser distribuído em 48 meses, ou seja 4 anos. São cerca de 1,2 ao mês, é vergonhoso isso. Não adianta o governo nos dizer que já nos deu aumento, porque não deu. Só estamos querendo o que é nosso por direito - disse um dos militares.
Um dos bombeiros de Angra que esteve no protesto no Rio de Janeiro conta com detalhes como foi a ação.
- Depois da manifestação na Alerj decidimos fazer uma passeata nas ruas do Rio, ainda sem destino. Do nado decidimos ir até o Quartel Central para tentar falar com o nosso Comandante-Geral. O problema foi que depois de mais de uma hora esperando na porta, ninguém veio nos atender e muito menos nos dar alguma satisfação. Entao, entramos na nossa 2ª casa. Era para ser um movimento ordeiro, sem confusão, tanto que lá dentro o espírito era de paz e tranquilidade, até mesmo porque muitas esposas e filhos de bombeiros estavam dentro do quartel, e passaram a noite cozinhando para nós, e nos dando apoio em tudo. De repente o Bope invadiu sem pensar em nada, nos tratando como marginal. Mulheres e crianças passaram mal de tão nervosas que ficaram, foi horrível. Já soube até de uma esposa de um colega meu que abortou depois dessa ação. É inacreditável eles nos tratarem dessa forma - contou o militar.
População pode ficar tranquila
Apesar da quantidade de detidos no Rio representar 50% do efetivo, o comandante do 10º GBM (Grupamento de Bombeiros Militar), de Angra dos Reis, o coronel Renato Pontes, afirmou que as equipes estão conseguindo atender todas as ocorrências, e a população não será prejudicada.
- Estou visitando pessoalmente todas as unidades na nossa região. E a população pode ficar tranquila, pois toda a guarnição de serviço continua trabalhando. Todos estão operando normalmente, e não haverá nenhuma alteração - afirmou o coronel Pontes.
Para dar conta dos serviços, os militares que continuam na região estão trabalhando direto.
- Não vamos sair do quartel enquanto nossos colegas não forem soltos. Estávamos em um protesto pacifico, reivindicando dentro da nossa casa, e fomos tratados com bandidos. Mas, nem por isso, vamos deixar a nossa profissão que não pode ser parada, continuaremos trabalhando. Todos podem ficar calmos, que não vamos deixar a população desamparada - afirmou um dos militares.
De acordo com o major de Paraty, Carlos Roberto da Rocha, os quartéis no município irão obedecer as diretrizes do novo comandante-geral, Sérgio Simões.
- Na tarde de hoje (5) tivemos uma reunião com o novo comandante-geral que agora assume as negociações. Independente disso, os nossos serviços continuam os mesmos, pois a população não será prejudicada com o manifesto - afirmou Carlos.
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Diário do Vale
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