Cinco servidores da Câmara Municipal de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, vão responder pelo crime de fraude em licitação por terem criado empresas fantasmas para burlar a concorrência de uma obra orçada em R$ 331.120,42. Nesta segunda-feira, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO) cumpriu mandados de busca e apreensão nos gabinetes dos envolvidos e quatro computadores, um Notebook e um Netbook foram apreendidos. Jeronimo Farias de Melo, Rafael Carvalho da Silva, Daniel Augusto Monteiro de Almeida, Maurício José Alves e Maurício José Alves Júnior foram afastados de suas funções.
O contrato firmado entre a Câmara de Vereadores e a empresa Coelho Alves Construções Ltda. incluía a construção de banheiros privativos, quatro novos gabinetes, sala de recepção e de estar, dois banheiros coletivos, ampliação do gabinete da presidência e duas salas administrativas, além de garagem e um pequeno prédio denominado “anexo administrativo”. Para desviar recursos, a comissão de licitação, presidida por Jeronimo e integrada por Rafael e Daniel, montou um processo administrativo com empresas de fachada.
Jeronimo Farias de Melo é considerado o principal articulador da fraude. Ele acumulou funções incompatíveis, como gestor do contrato e como advogado das empresas concorrentes Amah Incorporação Construção Ltda. e Cintra e Cardoso Construção Civil Ltda., que foi considerada inabilitada de participar da licitação.
Já Maurício José Alves e Maurício José Alves Júnior, pai e filho, atuaram como integrantes de duas empresas distintas – a Amah e a Coelho Alves Construções Ltda, que venceu a licitação. Júnior é presidente do Diretório Municipal do PTC, partido ao qual o presidente da Câmara, Aguinaldo Sodré, é filiado.
Das cinco empresas participantes, três – Amah, Uliana e Santos Saneamento Ltda. e Transcon 2007 Serviço e Construção Ltda. – não existem nos endereços indicados.
Durante a investigação, outras “coincidências” foram descobertas, como o fato das empresas Amah, Coelho Alves e Cintra e Cardoso Ltda. terem o mesmo contador, erros de grafia idênticos em documentos da Transcon e da Uliana e certidões da Receita Federal impressas pela Transcon e pela Coelho Alves em um mesmo computador.
“Não houve licitação, mas uma articulação de pessoas que montaram uma ‘licitação-fantasma’. O intuito delas era, criminosamente, frustrar a competição e a fiscalização pelos órgãos competentes obtendo, para si, os lucros decorrentes da execução do contrato pago pela Câmara Municipal”, escreveram os promotores Marcelo Maurício Arsenio Barbosa e Tulio Caiban Bruno na denúncia do MP.
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