Única unidade médica pública da cidade, a Policlínica Municipal Agnaldo de Moraes tem deixado muitos moradores a ver navios, como os mesmos relatam. Em sua grande maioria, os pacientes têm medo de revelar seus nomes, temendo represálias, já que, de alguma forma, estão envolvidos com o poder público, seja trabalhando em empresas com algum tipo de convênio com o executivo, ou por parentesco com alguma autoridade. De acordo com uma jovem de 18 anos, uma vendedora que pediu para ser identificada somente com a inicial de seu nome, T., quando estava grávida, há um ano, seu pré-natal foi interrompido por conta das férias da ginecologista.
T. afirmou que precisou recorrer ao Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, para dar continuidade ao tratamento.
“Eu comecei o pré-natal na policlínica e quando estava no terceiro mês, em uma consulta já marcada, a médica não compareceu porque tinha entrado de férias. Pedi à direção do hospital que encontrasse uma nova médica e nada foi feito. Depois disso, transferi todo o meu tratamento para Niterói, conta a jovem”, que trabalha com vendas.
A vendedora ralata, ainda, um fato que colocou a vida do seu bebê em risco, quando ela começou a sentir contrações, aos seis meses de gravidez, e foi tratada, na Policlínica Municipal Agnaldo de Moraes, como se estivesse com infecção urinária.
“Aos seis meses de gravidez eu comecei a ter contrações e corri para lá (policlínica), na esperança de ser socorrida. Eles me trataram como se estivesse com infecção urinária e as dores não passavam. Pedi ao meu marido que me levasse para Niterói, onde constataram que, realmente, eu estava com contrações e meu filho poderia nascer. Com o diagnóstico, me deram o tratamento correto e meu filho nasceu aos nove meses, saudável, graças a Deus”, conta a jovem, que denuncia ainda a falta de remédios na farmácia da unidade médica. T. denunciou ainda que seu filho, hoje com seis meses, passou mal e foi atendido na policlínica, sendo diagnosticada uma simples gripe. Mas na verdade, a criança estava com pneumonia, além de intolerância à lactose. O diagnóstico foi feito no Hospital Regional Darcy Vargas, em Rio Bonito.
Já a atendente de uma farmácia, que preferiu nem informar a inicial do seu nome, afirmou que precisou de socorro de emergência por conta de uma forte gripe do seu filho.
“O meu filho, que é um bebê, passou mal por conta de um forte resfriado e, chegando lá, o clínico geral, já que nunca tem pediatra de plantão, foi logo querendo aplicar uma Benzetacil nele. Não deixei, claro, e levei o menino para Rio Bonito. Lá, ele foi tratado direito e ficou bem”, relata a mãe, acrescentando que os postos de saúde do município encontram-se da mesma forma.
Reforçando a declaração da atendente, a dona de casa Zilanda Fernandes da Silva, de 37 anos, e que mora no bairro Varginha, comenta a falta de médicos e medicamentos no posto de saúde.
“Remédios básicos, como dipirona, faltam no posto de saúde. Os médicos, que não são bons, passam o remédio que a gente precisa tomar e quando vamos à farmácia do posto não tem o medicamento. É uma situação muito complicada”, reclama a dona-de-casa.
Até o fechamento desta edição, a Prefeitura não havia respondido à reportagem.
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Fonte: O S. Gonçalo
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