Empresas de telefonia lideram queixas no Procon de Petrópolis, RJ


Oi é a operadora que mais tem processos na cidade. Instituições bancárias estão na segunda colocação de queixas.

Falar ao telefone pode parecer uma simples ação. Talvez não tão simples assim em diversas cidades do Brasil. De acordo com a lista divulgada nesta semana pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ), as empresas de telefonia são as com maior número de ações nos Juizados Especiais Cíveis do estado em abril. Em Petrópolis, Região Serrana do Rio, não é diferente. Elas representam 28,42% dos processos no Procon do município. Os maiores problemas apontados pelos usuários são propaganda enganosa na venda de planos e insatisfação nos serviços prestados pelas operadoras.
Segundo levantamento do TJ-RJ, por setor, as empresas de telefonia lideram o ranking com 17.302 processos, seguida dos bancos com 13.558. A Oi (telefonia fixa) está no topo das queixas com 7.931 processos novos, o que corresponde a 16% do total (43.353 ações no mês). Em seguida vem a operadora Claro, com 3.257, e as instituições bancárias seguem na lista representada pelo Santander como o banco com mais processos novos, 3.103, e depois o Itaú, com 2.564. 

Em Petrópolis, as reclamações não ficam atrás. De acordo com o Procon do município, a Oi também é a empresa que mais gera insatisfação nos usuários. De janeiro a maio deste ano, o órgão registrou 343 casos de reclamações da Oi, seguida da Claro com 88 casos. Ao todo, foram registradas 455 reclamações na telefonia em geral. No setor bancário foram registradas 131 queixas, sendo 50 sobre o Banco Itaú, 45 a respeito do Bradesco e 18 do Banco Santander.
Propaganda enganosa e falha nos serviços prestados
Nos escritórios de advogacia não é diferente. De acordo com a advogada Roberta Butinholi, 90% dos seus clientes com ações na área de Defesa do Consumidor são contra empresas de telefonia. “E desses, 60% é contra a Oi”, observa. Segundo a advogada, os problemas apontados, pela maioria, são propaganda enganosa na venda de planos e insatisfação nos serviços. “O que mais tenho são casos com venda de plano por um determinado preço, mas quando chega a fatura vem valores bem acima do contratado. E no outro caso, a Oi vende o pacote todo, mas quando o usuário vai utilizar, constata que a velox (internet) não funciona”, explica a advogada.
Este foi o caso da jornalista Priscila do Nascimento, de 28 anos, que solicitou uma linha de telefonia fixa com o serviço de internet para a sua casa. Depois de buscar informações pelo sistema de bate-papo no site da operadora, finalizar a solicitação do serviço pelo atendimento telefônico e ser ativado, veio a conclusão. “A velox não funcionava no bairro. Mas perguntei pelo chat da Oi e a atendente confirmou que funcionava”, contou a jornalista.

Ela entrou em contato com a operadora, que enviou um técnico que confirmou e deu o laudo dizendo que naquele endereço não tinha sinal para o funcionamento da internet oferecida pela operadora. “Entrei com um processo contra eles e ganhei. Mas acho um absurdo porque eu ainda procurei informações antes de contratar o serviço”, pontuou Priscila.

Bancos também geram insatisfação nos petropolitanos
No caso das instituições bancárias, a advogada aponta a maior parte das ações por revisão de juros excessivos cobrados pelos bancos. “Também tem casos de devolução indevida de cheques, sendo que tem crédito na conta do cliente”, completou Roberta, apontando outro problema, como o envio de cartão de crédito sem autorização do cliente. “Eles enviam e ainda cobram anuidade. Muitas vezes por conta disso ainda inscrevem o nome do cliente nas instituições de proteção ao crédito. Isso gera um dano moral. De acordo com a justiça, qualquer produto que seja enviado sem a autorização do consumidor é considerado amostra grátis”, destacou a advogada.

Dicas para evitar problemas futuros
A advogada alerta para pequenos detalhes que podem evitar problemas futuros. Nos casos dos bancos, ela indica atenção na hora de solicitar um empréstimo e destaca para somente fazer quando realmente estiver precisando. “Tem que ter muito cuidado com empréstimo e com as taxas. Do contrário, a pessoa pode pagar o que deve e até o que não deve. Por conta dos juros, ela acaba não conseguindo arcar com a dívida e fica numa situação ainda pior”, destaca Roberta, lembrando também para o cliente ficar atento às tarifas cobradas cobradas na conta. “Se não ficar de olho, eles vão debitando tudo”.
No caso das empresas de telefonia, a dica é analisar tudo o que está sendo oferecido ao consumidor. “Investigar se de fato tudo o que é oferecido é verdade, se o preço cobrado será sempre o mesmo. Como muitas vezes esses pacotes são feitos pelo telefone, a pessoa acaba não prestando muita atenção, acaba contratando e ficando fidelizado um ano em algo que não era o que ele queria”, observa a advogada orientando ao consumidor que de preferência faça a compra direto na loja. “Aconselho a ir na loja, ver os folhetos, que é mais fácil ver o que está sendo oferecido, e conversar com a atendente e tirar todas as dúvidas que ele tiver”.

Os consumidores que tiverem algum problema podem procurar a sede do Procon em Petrópolis, que fica na rua da Imperatriz nº 246,  no Centro. O órgão atende de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h.

Procurada pela equipe do G1 sobre os problemas mencionados pelos usuários a empresa de telefonia Oi "informou que em 2012 investiu R$ 6,6 bilhões, com foco total na expansão da rede e na qualidade dos serviços prestados a seus clientes. Para este ano, a companhia prevê mais R$ 6 bilhões de investimentos em todo o país, que serão destinados à expansão e melhoria da infraestrutura, novas tecnologias e melhorias de processos, para assegurar a qualidade no atendimento e na prestação dos serviços oferecidos aos clientes".
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G1

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