Campanha pede suspensão do pedágio na Serra de Petrópolis, RJ


“Operação Serra sem pedágio, eu apoio!” reivindica melhorias na rodovia. Petição já reúne cerca de 1.500 assinaturas de usuários da pista.

Diariamente, cerca de 12 mil veículos passam pela Serra de Petrópolis, Região Serrana do Rio, entre o kms 82 e 104 da BR-040. Trecho considerado de risco por muitos motoristas por conta do número de acidentes e má conservação da pista. É o que afirma, principalmente, os que utilizam a via regularmente para chegar ao local de trabalho ou estudo. Além disso, o valor cobrado do pedágio, R$ 8, é um dos mais caros do país, segundo estudo divulgado em 2012 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A insatisfação de diversos usuários foi o que levou o empresário Henrique Moter a começar a campanha “Operação Serra sem pedágio, eu apoio”.

A campanha pretende dar voz à insatisfação dos motoristas e chamar a atenção da administração da rodovia e prefeitura de Petrópolis para os riscos que o trecho oferece. O criador da campanha explica que, diante do alto custo do pedágio, não há justificativa para a falta de manutenção das pistas e atraso das reformas. “Nós não temos outra alternativa para chegar ao Rio. A Serra Velha está ainda pior, ou seja, esta é a nossa única opção. Queremos melhorias”, pontua Henrique, lembrando que o estado da estrada também afeta a economia de Petrópolis.

O empresário não é contra a praça de pedágio, mas diz que os motoristas precisam ter a contrapartida dos valores pagos. Enquanto isso não acontece, a proposta da campanha é a suspensão da cobrança entre a baixada e a entrada de Petrópolis, no bairro Quitandinha. “Queremos que a atual concessionária faça alguma coisa de fato ou vá embora, deixando que outra empresa administre corretamente a BR 040. Eles não fazem nada para o contribuinte que paga caro pelo pedágio e quando questionados sempre estão com alguma desculpa na ponta da língua. A campanha é para dar um rosto, para os usuários vestirem a camisa e mostrarem que estão insatisfeitos com o que está acontecendo”, explicou Henrique.
Adesivos e internet para ajudar na adesão à campanha
Foram confeccionados 250 adesivos com o slogan  “Operação Serra sem pedágio, eu apoio!” para os usuários aderirem a causa.  Uma petição está sendo divulgada na internet pela rede social da campanha para colher assinaturas. Até o momento, quase 1.500 pessoas já assinaram o documento. “Com os adesivos queremos chamar a atenção de todos, inclusive da mídia nacional. Com tanta gente que passa pela Serra, e com o adesivo, as pessoas vão notar como a população está insatisfeita. É um protesto civilizado, inteligente, mas que mostra nossa indignação”, acredita Henrique.

Segundo o empresário, a petição pede a suspensão imediata da cobrança do pedágio. “Ele devia ser suspenso até que o contrato da atual concessionária – que em 16 anos não fez praticamente nada – seja revisto e até a reformulação total da subida e descida da Serra”, destacou.
Valor do pedágio é um dos mais caros do país
De acordo com a pesquisa divulgada em 2012 pelo Ipea, a média brasileira do valor cobrado nos pedágios é mais cara que a internacional. O estudo revela que as rodovias estaduais do Rio de Janeiro, administradas por concessionárias, têm o maior valor médio do pedágio do país, sendo 100% superior ao valor cobrado em Minas Gerais, o menor registrado pela pesquisa.

Ainda segundo a pesquisa, a BR-040 está entre as rodovias que tiveram seus pedágios reajustados em valores até 168% maiores do que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no período. O maior problema estaria no primeiro conjunto de rodovias federais concedidas pelo governo à iniciativa privada entre 1995 e 1997.
Má conservação e acidentes preocupam usuários
Além do precário estado das pistas (subida e descida), o alto número de acidentes, muitos causados pela má conservação da via, preocupa os usuários que passam pela Serra. De acordo com o levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no trecho da BR-040 entre os kms 0 (divisa dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro) e 102 (altura de Xerém) foram registrados 1.530 acidentes. Até abril deste ano, já foram 518, um a menos que no mesmo período do ano passado.
Tarifa diferenciada para Petrópolis
Entre os pontos a serem propostos pela campanha, está o valor do pedágio diferenciado para Petrópolis. “Em países como os Estados Unidos, o pedágio é pago na saída da via quando a pessoa chega ao acesso da localidade. Sendo assim, o usuário retiraria um cupom em Caxias, na praça existente, como se estivesse indo pagar e seria criada na altura da Casa do Alemão e Bingen duas cancelas com um caixa recebedor. Dessa maneira, poderíamos pagar somente pelo trecho, o que certamente reduziria, e muito, o valor da tarifa, pois pagamos como se fossemos até o município de Areal”, explicou Henrique.
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G1

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