Prefeitura de Rio das Ostras nega envolvimento em corrupção na polícia

Delegacia especializada passa por devassa e documentos suspeitos foram encontrados

A Prefeitura de Rio das Ostras, na região norte do Estado do Rio, afirmou, em nota, que não tem qualquer envolvimento no suposto esquema de corrupção relacionado à Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas). A especializada passa por uma devassa nesta segunda-feira (14) após denúncias recebidas pelo chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski. Na ação, foi encontrado um inquérito arquivado sobre as fraudes de licitação na Prefeitura de Rio das Ostras, dois dias após a investigação ter sido aberta.

A nota enviada pela prefeitura, diz que a Procuradoria do município “estranha o fato de Rio das Ostras ter sido citada pelo delegado, visto que sempre respondeu oficialmente todas as notificações feitas pela Draco”. A administração municipal ainda informa que está à disposição para mais esclarecimentos.
Turnowski, afirmou, na tarde desta segunda, que a devassa na Draco descobriu que o titular da unidade, delegado Cláudio Ferraz, arquivou um inquérito sobre fraudes de licitação na Prefeitura de Rio das Ostras.
No domingo (13) ele recebeu uma denúncia de que a investigação tinha sido arquivada por suposto recebimento de propina. De acordo com o delegado, na ocasião, ele recebeu a original de um registro de ocorrência feito no dia 16 de agosto do ano passado determinando a abertura de inquérito sobre fraudes em licitações, assinado pelo próprio Ferraz.
Segundo Turnowski, a delegacia também arquivou um procedimento para abertura de um inquérito após receber trechos de escutas telefônicas da PF (Polícia Federal) que falam que os agentes da unidade receberiam uma “merenda” (suposta propina) de integrantes da máfia dos produtos piratas de São Paulo, em 2008.
Durante a vistoria na Draco, Turnowski afirmou que foram achadas seis armas, sendo três revólveres, uma pistola e duas escopetas que, segundo ele, não tinham documentação de auto de apreensão.
Também foram encontrados dois inquéritos sobre irregularidades cometidas por um prefeito da cidade de Japeri, na baixada Fluminense, e que estão parados há mais de um ano. As investigações estão a cargo de um mesmo inspetor.
As supostas irregularidades serão apuradas pela Corregedoria da Polícia Civil. O corregedor Gílson Emiliano acompanhou a devassa. Ele disse que a delegacia continuará fechada para novas investigações.
A operação na Draco acontece três dias depois do início da operação Guilhotina, iniciada pela Polícia Federal na última sexta-feira (11). Até o fim de semana 37 policiais, entre civis e militares, foram presos por suspeitas de ligação com o tráfico, milícia e máfia dos caça-níqueis. Entre os detidos acusados está o ex-braço direito de Turnowski, o delegado Cláudio Oliveira. Ferraz admitiu que colaborou com a PF com o fornecimento de informações. Ele alega que a Secretaria da Segurança Pública foi informada por ele sobre a colaboração com a PF. 

A Draco está com a segurança reforçada por agentes da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais). A operação na especializada busca provas que comprovem suspeitas de crimes cometidos pelos policiais da unidade.

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R7
Foto: André Muzell / R7

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