Na lei da natureza as coisas são mais simples: desmatamos e ela se vinga

A maior a tragédia climática já ocorrida no Brasil castigou na semana passada a região serrana do Estado do Rio, em especial o município de Nova Friburgo. Um temporal sem precedentes devastou boa parte da região, prejudicando até mesmo o abastecimento de alimentos em todo o Rio de Janeiro.

O temporal foi mais intenso que o esperado para essa época do ano, mas a chuva forte não foi o único vilão nesta história. O desmatamento de áreas protegidas piorou muito as coisas. Há milênios que a natureza tem suas alterações de humor e só recentemente, proporcionalmente falando, a ação do homem vem modificando a paisagem.

Se haviam dúvidas sobre como prevenir tantas mortes quando ocorrem tais eventos climáticos extremos, agora temos uma certeza: a solução não é derrubar árvores e sim multiplicá-las.

Com a continuidade do estilo petista de administrar o Brasil o risco do desmatamento desenfreado está aumentando, e vai piorar. O que tem a política a ver com isso? Tudo! A bancada ruralista no Congresso cresceu, se organizou e ganhou força. Na contramão, os ambientalistas perderam terreno e enfraqueceram em Brasília. A reforma agrária, tão esperada, hoje em dia não passa de invasão legalizada de terras. Seus líderes reformistas, com ótimos salários, estão muito longe do ideal que tanto pregavam. Perceberam que, trocando o campo pelos gabinetes refrigerados, ganhariam mais eficiência na substituição de florestas por pastagens. Foram premiados com bons cargos no governo.

Quando se envolve a política o assunto é bem complexo. Merece uma discussão ampla e ações efetivas. Mas, o leitor concordando ou não comigo, uma verdade é imutável: na lei da natureza as coisas são mais simples. Desmatamos e ela se vinga.   

Depois de chorarmos as baixas, é hora de aumentar o alerta contra as investidas políticas que derrubam arvores. Os ambientalistas mais otimistas afirmam que “talvez” haja tempo de reverter o dano causado pelo homem. O primeiro passo é tomar consciência do nosso papel em tudo isso. O segundo passo é não entregar tão facilmente o poder àqueles que se renderão por um punhado de dinheiro na cueca. Eles falharam em todas as etapas: na elaboração de leis que favorecem os agricultores industrializados; na fiscalização e combate aos agressores do ambiente; no preparo da população em prevenir desastres; na não aprovação de obras irregulares e até na valorização da vida humana.


Por que deixar que governantes assim continuem a mandar no nosso destino? Pense nisso.

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Luiz azevedo

2 comentários:

  1. A Natureza reage à tudo o que fazemos contra ela. É como o nosso corpo, que ao receber um vírus, os anti-corpos trabalham para expulsá-lo. Nós desmatamos, ela só tenta se proteger.

    Cabe à todos nós, inclusive ao Poder Público, tomar medidas para reverter essa situação emergencial. Pessoas, milhares delas, morrem todos os anos em desastres naturais. A cada ano esse número aumenta. A cada dia nosso planeta luta para sobreviver às destruições.

    Na semana passada, o Presidente do IBAMA se demitiu devido à pressão para autorizar a licença ambiental do projeto Complexo Hidrelétrico de Belo Monte.Uma mega usina que quer cavar um buraco maior que o Canal do Panamá no coração da Amazônia, alagando uma área imensa de floresta e expulsando milhares de indígenas da região. Um imenso desastre ecológico.

    Agora eu pergunto: o que a presidencia pode fazer perante a isso? E quanto um grupo de políticos irá ganhar ($) pra autorizar um projeto desses?

    Cabe a população tomar uma atitude. A grandeza é incalculável. Mas somos muitos, se cada um fizer sua parte, conseguiremos reverter essa situação.

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  2. Concordo plenamente Luana. Podemos considerar a demissão do presidente do Ibama uma grande perda nessa luta pela preservação. Pelo menos ele sentiu vergonha de ocupar o cargo. Assim como Marina Silva, quando se desligou do PT. Quantos mais no governo teriam essa coragem?

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