Mulher que foi atingida por arpão já faz movimentos leves


Elisangela Borborema Rosa, de 28 anos, segue internada na UTI do Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama. Ela está lúcida, orientada e com movimentos nos dois lados do corpo. Seu estado de saúde é estável, sem, no entanto, previsão de alta. 
A moradora de Arraial do Cabo viveu um verdadeiro milagre na noite da última segunda-feira, 6 de maio. Segundo a família, ela estava na cozinha de sua casa quando foi atingida por um arpão de caça submarina que era manuseado pelo marido na sala. O equipamento entrou pela mandíbula de Elisangela e a ponta ficou alojada na coluna cervical. 

Levada para um hospital de Arraial do Cabo, a paciente foi transferida em seguida para o Hospital Estadual Roberto Chabo. Lá, foi atendida por uma equipe que incluiu especialistas em Neurocirurgia, Cirurgia Vascular, Geral, Plástica e Bucomaxilofacial.
"Esse é o primeiro caso desse tipo que atendo aqui no hospital. A peculiaridade do acidente é que a ponta do arpão penetrou a região entre o canal anterior vertebral e o canal da medula. Caso o objeto atingisse apenas 1 centímetro para dentro, a paciente ficaria tetraplégica; se atingisse 1 centímetro para fora, alcançaria uma artéria que irriga o cérebro, levando-a a óbito", explica Allan da Costa, neurocirurgião que operou Elisangela.
Segundo o médico, somente nas próximas 24 horas será possível avaliar se a paciente ficará ou não com alguma sequela. "Ela está movimentando os dois lados, mas com pouca força no lado direito. Precisamos esperar a suspensão da sedação e retirar a traqueostomia para fazer uma avaliação completa. Se tudo der certo, ela terá alta em uma semana", conta Allan.

Outro caso de sucesso com arpão
Em março de 2009, outra vítima de um acidente com arpão foi atendida com sucesso em uma unidade da rede estadual de saúde. O pintor de automóveis Emerson de Oliveira Abreu teve a cabeça perfurada por um arpão enquanto praticava caça submarina. Um amigo, que o acompanhava de um barco, viu quando ele se feriu embaixo d'água e pediu ajuda. Bombeiros do Grupamento de Socorro de Emergência prestaram os primeiros-socorros e levaram o mergulhador para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, onde ele foi submetido a uma delicada cirurgia para a retirada da arma. O arpão penetrou 25 centímetros da região frontal direita do cérebro do paciente.
Na época, o médico que realizou a cirurgia afirmou que o paciente não perdeu a visão por milímetros. "A lança passou por trás do globo ocular, perto do nervo ótico. Havia muito edema na região orbital. O arpão passou perto da artéria que vasculariza o cérebro, a carótida. Se ela fosse atingida, dificilmente ele sobreviveria", explicou o neurocirurgião Manoel Moreira.
Foram 10 dias de internação sem a necessidade de uma segunda cirurgia. De lá pra cá, Emerson voltou a trabalhar e leva uma vida normal e produtiva. 
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Jornal do Brasil

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