Exploração sexual nos grandes eventos no Rio de Janeiro é tema da Audiência Pública na Alerj


A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputada Inês Pandeló, irá realizar  amanhã (16/05), às 10h, a audiência pública Exploração Sexual de Mulheres, Crianças e Adolescentes nos Grandes Eventos, no plenário da Alerj (Palácio Tiradentes). De acordo com a parlamentar, o objetivo do evento é o de discutir quais serão as políticas desenvolvidas para coibir a exploração sexual, durante a realização dos grandes eventos que irão acontecer no Rio de Janeiro, como as Olimpíadas e a Copa Mundo. "O turismo sexual que atinge mulheres, crianças e adolescentes é um problema mundial. E no Brasil este é um problema grave e nossa preocupação é que essa situação tende a se agravar ainda mais no período dos grandes eventos, como aconteceu nas Copas do Mundo da Alemanha e da África do Sul", acredita Pandeló.


Exploração Infanto-juvenil
Não existem no governo e em nenhuma instituição privada ou do terceiro setor números precisos sobre crianças que estejam se prostituindo no País. Segundo um relatório sobre Exploração Infantil, produzido pela ONU, em 2001, o Brasil ocupa o primeiro lugar em Exploração Sexual Infanto-Juvenil na América Latina e o segundo no mundo. De 2005 a 2012, 3.251 crianças e adolescentes foram retirados de situação de risco de exploração sexual nas rodovias do país por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). É o que revela o Mapeamento dos Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais Brasileiras divulgado ano passado pela PRF. Pelo levantamento, nos primeiros quatro meses do ano passado, 120 crianças e adolescentes foram retirados de situação de risco. No ano de 2011, esse número chegou a 543. Já em 2010, 511 crianças e adolescentes foram resgatados de áreas onde havia risco de exploração.
De acordo com o levantamento, no biênio 2009/2010, foram identificados 1.820 pontos vulneráveis à prática de exploração sexual de crianças e adolescentes. Em 2011, a Polícia Rodoviária Federal constatou que 73 desses locais tornaram-se efetivamente pontos de ocorrência de exploração e 179 foram alvo de ações policiais. O Disque Direitos Humanos recebeu 82.281 denúncias de violações de direitos humanos de crianças e adolescentes em 2011, uma média de 225 por dia, segundo dados do serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O número é quase o triplo das denúncias recebidas no ano anterior, quando houve um total de 30.544 - um aumento de 169,4%.

Tráfico de pessoas
Entre 2005 e 2011, a Polícia Federal (PF) registrou 157 inquéritos por tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual, enquanto que o Poder Judiciário, segundo o Conselho Nacional de Justiça, teve 91 processos distribuídos. Os dados constam no primeiro relatório com a consolidação das informações existentes sobre o Tráfico de Pessoas no Brasil elaborado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (SNJ/MJ), em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Os números ainda revelam que foram instaurados no total 514 inquéritos pela Polícia Federal entre 2005 e 2011, dos quais 13 de tráfico interno de pessoas e 344 de trabalho escravo. Segundo relatório do Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal (SINESPJC) da Polícia Militar, houve 1.735 vítimas de tráfico interno de pessoas para fins de exploração sexual, entre 2006 e 2011.

A Alerj fica na Rua Primeiro de Março, s/n - Praça XV - Centro do Rio. 

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