UPPs reduzem ataques de bandidos na Zona Sul do Rio

O mapa dos ataques de bandidos que vêm aterrorizando o Rio nos últimos dias mostra uma geografia diferente de outros atentados do passado. Região que concentra projetos de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) solidificados como o do Santa Marta e do Complexo Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, a Zona Sul está agora entre as áreas do estado que menos sofreram com a onda de violência. De domingo até o início da noite de quinta-feira, apenas 5% dos atentados aconteceram na área nobre da cidade. Por outro lado, a Zona Norte, região ainda sob o domínio do poder paralelo de traficantes, foi a mais atingida, com 40% dos casos. 

A falta de um refúgio próximo para a fuga surge como uma das dificuldades para as ações de bandidos na Zona Sul. Um bom exemplo disso foi a prisão, na madrugada de quinta-feira, de dois homens que haviam colocado fogo num carro na Rua Jornalista Orlando Dantas, em Botafogo. Em depoimento na 12ª DP (Copacabana), Wellington Pereira da Silva, de 21 anos, e Fernando Buecker dos Santos, de 25, confessaram que vieram de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para fazer os ataques. Acabaram sendo detidos pela PM, em fuga, na Praia de Botafogo. 

Baixada foi a 2ª com mais casos
Além da Zona Norte, que concentra, por exemplo, os Complexos da Penha e do Alemão, outras regiões apontadas recentemente como locais de refúgio de bandidos exilados das UPPs aparecem no topo da lista dos ataques. A segunda área mais atingida foi a Baixada Fluminense, com 17% dos casos. Em seguida, vieram os municípios de Niterói e São Gonçalo que, juntos, tiveram 11%. A Região dos Lagos apareceu pela primeira vez como alvo: 6% dos registros. 

A região da Tijuca e do Rio Comprido aparece com 8,5% dos atentados. Apesar de já contar com UPPs, o projeto ainda é recente nas comunidades da área. A unidade do Morro dos Macacos, por exemplo, foi implementada há cerca de dois meses. Antes, as favelas beneficiadas foram Andaraí, Formiga, Borel, Turano e Salgueiro. 

Nas duas últimas grandes ondas de ataques, a Zona Sul não havia sido poupada pelos bandidos em busca de ainda mais repercussão de suas ações. Em 2002, o Palácio Guanabara foi alvo de rajadas de fuzis e de metralhadoras; no Rio Sul, em Botafogo, uma granada explodiu na calçada. Em 2006, na Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, um policial foi assassinado com 12 tiros. Na Praia de Botafogo, homens armados com fuzis passaram num carro atirando contra uma cabine da PM: houve confronto e a ambulante Sueli Maria de Souza, de 33 anos, morreu após ser atingida por um tiro. 

Na série de atentados nos últimos dias, houve quatro casos na Zona Sul. Além do carro incendiado em Botafogo, ontem, houve um arrastão em Laranjeiras no domingo; outro na Fonte da Saudade, também no domingo; e um carro queimado na Rua Siqueira Campos, em Copacabana anteontem. 
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Fonte: G1

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